sexta-feira, 28 de maio de 2010

Esquisitices

Lá se vão quase 1 ano e meio de interdição estomacal. Sou um azul graduado nesta história e hj em dia tem pintado muita conversa em torno do q tenho feito para seguir nesta fuga. Em posts antigos* eu sempre tive uma posição muito crítica com o comportamento de paciente com PhD em medicina.
É fato q qquer pessoa com mais de um neuronio pesquisaria bastante antes de realizar uma operação invasiva e espontânea como a é a gastroplastia. Sim, depois do procedimento esta pesquisa se aliaria a vivencia e consequentemente, o desenvolvimento de práticas e repertório das mais variadas formas de comer, engordar, emagrecer e tudo mais q vai pelos domínios da fuga e do retrocesso a gordolandia.
Aos poucos vc pode estacionar entre a neurose e a entrega. Ser chato não tem como deixar de se-lo. A escolha é ser manifesto ou ocluso.
O operado chato manifesto, incomoda de cara. Enche o saco com o papo de alimentação, exercícios e fatos de sua condição. Sabe tudo de dumping, dos cuidados com a alimentação e seu repertório de atividades físicas para evaporação de bacon. O perigo deste estado de chatice é a e a ejactação. Saber q no fundo o estado de baleia encolhida é quase uma liofilização, em q basta por um pouco de preguiça e comida e a baleia seca, infla e voilá: volta a ser baleia.
Uma baleia é uma baleia, compreende?
Eu tento usar este blog como descarga destes sentimentos e falas bestas sobre como usar o estomago anão para fugir da gordolandia. Eu me esculhambo e relativizo estas pretensas vitórias, a fuga é cruel, se vc não se mantem em movimento, ela rapidamente pára e retrocede.
Uma boa imagem para o emagrecimento seria tal como subir um andar, por uma escada rolante q desce em sentido contrário a esta subida. Para chegar lá no alto, vc tem q subir sem parar ate o final. O descanso se rolar, tem de ser ativo, para ficar parado na escada, vc tem de se manter em movimento, pois se parar vc desce. E lá embaixo é o lugar q vc não quer ficar.
O chato ocluso é o gordo q estaciona, retrocede e quer se convencer de q isso é normal. Sem mais nada a dizer sobre este tipinho, prossigamos.
Claro é q sendo manifesto, vc aos poucos tbém vira referencia desta fuga. Conhece outros fugitivos. Vira uma confraria. Aos poucos perguntam métodos e normas, e é bem estranho como os estranhos se estranham. Neste blog já falei de inúmeros relatos de como tem sido dificil conviver com uma dieta restrita e admito xiita como a minha. Apesar de achar, q eu de maneira alguma a advogo ou prego, sempre me vejo tendo de explicar pqS da minha opção.
Conversando com uma fugitiva outro dia, ela estava aflita com o atrator da gordolandia. Sua fuga estava estacionada e começando a retroceder.
Logicamente, tudo vem nessa vida de muitas camadas, dentro de um unico pacote. Se a vida é sua, o pacote é vc. somos análogos a uma cebola. Não vale chorar agora!
Sim, o mundo no entorno é cruel, políticas, eleições, seu time em crise, TPM das mulheres ao redor, engarrafamentos, meses maiores q nossos salários. Comerciais do outback, baconzitos, minibis e das macofertas. Tudo conspira para vc abdicar da dieta só por hj. A promessa do gostoso sempre é tentadora. Nada te ajuda. Nada. Q tal cultivar a gula por fastbooks da LPeM? To atras de tudo do velho Buko. Se for pra comer q seja o Misto Quente com vinho vagabundo do Chinasky.
Ta com saudade de vidas passadas? Te sugiro pegar um carrinho de compras, preferencialmente sabado a tarde, num supermercado tarja preta popular. Mercado cheio, encha o carrinho de compras com fome de recordações. Pacotão de arroz, sacos de macarrão, amarrado de 12 litros de refrigerante bola sete, uma garrafa de whiky Professores, papel higienico, pinho sol, 4 a 6 peças de fraldinha, duas ou tres barras de chocolate, pães, pomarolas, queijos, ovos, farinha de mesa, sabão em pó. Mercado cheio, fila de frios, 1Kg de mussarela fatiada e um kilo de presunto, 1Kg de salsichão e outro de salsicha. Rode pelo mercado. Engarrafamento de carrinhos, filas imensas. Outros habitantes da gordolandia, geralmente em torno das baias com provinha. Café de graça.
O requinte de crueldade é agora, estime o preço desse carrinho, pense no q falta. dois Kg de batatas, dois vidros de maionese, 6 pacotes de creme de leite, batata palha, champignon, 2Kg de peito de frango, leite em pó, leite condensado, nescau. Acho q era esse um carrinho padrão em 2007/2008. Duraria aí uns 10 ou 12 dias. estimo hj em 300 pilas. O mes com 30 dias, só com comidinha daria uns mil reais de comida. Pra mim.
Na fila do Supermercado, muita gente, deixo meu carrinho de vidas passadas e vou pra Pedra Bonita caminhar e justificar o gatorade q vou beber depois. Estamos em 2010 manter a fuga tem sim suas recompensas.
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* antigo na web pode ser algo com mais de um dia ou um ano. Com o twitter pode rolar até mesmo uma antiguidade instantanea. Welcome to this brave new world!

Primeiros passos para cirurgia.

√ Marcar a consulta com cirurgião.
√ Participar do curso pré-operatório.
√ Realizar todos os exames.
√ Realizar a avaliação de risco cirúrgico.
√ Avaliação pré-operatória com psicóloga, nutricionista e endocrinologista.
√ Retornar ao consultório com o cirurgião.
√ Marcar a data da cirurgia.
√ Comprar tudo que for necessário para a cirurgia
√ Realizar a Cirurgia.
√ Fase de recuperação.
√ Fase Líquida.
√ Fase Sólida.

E acompanhamento, NUTRICIONAL E PSICOLOGICO e ser FELIZ!!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Depoimento Alfredo Salomão.


Hoje me lembro sem saudade nenhuma do tempo em que sofria pra subir a escada do metrô, do medo que tinha das cadeiras de plástico de bares, da dureza que era dividir um banco no ônibus, do medo que tive de ficar entalado na ressonância magnética.

Hoje, 1 ano e meio depois com quase 70 kg a menos tenho a certeza de que ter operado foi uma sábia decisão, mas tenho uma dúvida: será que estaria vivo se não tivesse operado? na época eu já estava com pré-diabetes e pré- cirrose.

Antigamente, eu era radicalmente contra a idéia de operar, isto pelos riscos que toda e qualquer cirurgia representa. Mas no final de 2007, tive meu primeiro encontro com o mundo dos gastroplastizados e vi que as pessoas estavam bastante satisfeitas com os resultados obtidos.

Naquele momento, eu começava a cogitar a hipótese de operar, mas não podia assumir isso, pois minha ex namorada estava fissurada pra operar e eu não queria qie ela operasse por causa dos riscos de uma cirurgia.

Fui na primeira consulta dela com o objetivo de faze-la desistir. Após o Dr Fábio falar percebi que continuar obeso seria muito mais arriscado do que operar e marquei minha primeira consulta uma semana depois.

Tive uma batalha em casa, pois meus pais eram contra, achavam que eu iria emagrecer com dietas. Pense em uma, eu já fiz. Já tinha tentado todas que você imaginar e perder 70 kg não é como perder aqueles 10 kg que você precisa pra ficar bem no verão.

A batalha em casa durou alguns meses, estava com tudo pronto para operar em maio de 2008 e tive que refazer todos os exames e só fui operar em outubro de 2008 pela resistência dos meus pais a idéia. Dr Fábio me disse: " Só te opero quando seus pais concordarem". Na época fiquei revoltado, hoje entendo bem os motivos dele ter tomado essa decisão.

Enfim, mesmo fazendo todos exames duas vezes, tudo valeu a pena e hoje estou com quase 70 kg a menos, com muito mais saúde e qualidade de vida.

Depoimento R.G ( Rodrigo Alves Gomes )


Já nasci com problemas de obesidade. Vim ao mundo com 4,9 Kg e 54 Cm. Quase matei mamãe. Também, culpa dela... Engordou 40 Kg durante a gravidez. Sempre tive problemas com a balança na infância. A primeira dieta foi aos 9 anos. Olha o drama, dizer a uma criança que não pode comer aquelas coisas gostosas que vende na cantina da escola. Um sofrimento. Consegui emagracer. Foram 11 Kg a menos. Claro que depois o efeito sanfona chegou e engordei tudo e mais um pouco. A segunda dieta foi aos 15 anos. Essa veio acompanahada das anfetaminas. Emagreci 30 Kg. Sequei. Era paquerado por toda a escola. Deixei de ser o gordo CDF e passei a ser o MAGRO INTELIGENTE. Não preciso dizer que o tal efeito apareceu e egordei o dobro. A terceira dieta foi aos 24 anos. Essa sem remédio. Foi só boca. Pesava 110 Kg e cheguei aos 73 Kg. Consegui manter o peso por quase 2 anos. Daí por diante em 6 anos cheguei aos 135 Kg.
Realizei a cirurgia bariátrica dia 15/09 no hospital São Lucas na
cidade do Rio de Janeiro. Da consulta a cirurgia passaram-se 2 meses.
Nesses meses realizei todos os exames, fui as palestras, ao
endocrinologista, a nutricionista e a psicóloga. Todos os profissionais
da equipe de meu cirurgião. Os exames são chatos e muitos. São eles:
Laringoscopia, polissonografia, ultrassonografia, eco-doppler(coração e
trombos), análises clínicas, prova de função pulmonar, raios x do tórax e
da face, eletrocardiograma(risco cirúrgico), ressonância magnética e
etc... Posso ter esquecido algum. A equipe é maravilhosa. Estou muito
feliz. A cirurgia deve ser realizada por um bom profissional. E cabe nós
termos responsabilidade total com pós-operatório. Passaram 8 meses da cirurgia e já acancei a meta. Emagreci 55 Kg. Sigo fielmente a dieta e faço exercícios diariamente.
Estou muito feliz e saudável. Acabou a
hipertensão, colesterol e triglicerídeos altos, pré-diabete etc... Agora
vem o mais difícil que é manter o peso. Mas, se Deus quiser eu vou
conseguir! Como de tudo. Porém tudo com orientação da nutricionista.
Saúde sempre!!

Meta Batida: 79,8 Kg, manequim 40 e 9 meses sem fumar.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Na hora H.

Se você é uma gordinha que na hora H fica com vergonha por causa daqueles pneuzinhos ou quilinhos a mais pode "desencanar" e ter a concientização de que é a única a se preocupar com isso! Aliás, se essa é a sua preocupação, fique atenta pois esse pensamento sim atrapalha o desempenho sexual.
Lembre-se sempre de que sua maior inimiga na cama pode ser você mesma com seus tabus e preconceitos. As mulheres infelizmente se preocupam com os padrões de beleza que muitas vezes pra elas são completamente diferentes que pra eles.
Mulheres, lembre-se que homem só se preocupa com o desempenho na cama, que pra eles se somos gordinhas ou não o que importa é o prazer que oferecemos na famosa hora H. A nossa timidez e inibição impede de proporcioná-los aquele verdadeiro orgasmo.
Por isso o que vale é você não ter vergonha de seus pneuzinhos.

sábado, 8 de maio de 2010

Ajuda Mútua.

Quando pensei em criar esse blog foi com a intenção de passar a todos tudo aquilo que sentia antes e que sinto hoje como uma ex obesa mórbida, uma gastroplastizadas, seus pós e seus contra, mas as vezes fica dificil, uma virgula colocada em uma frase pode ser um super problema, já que sou perseguida por pessoas que não conseguem admitir o sucesso da minha felicidade, eu não me importo, pq sou quem sou e já mais mudarei e pra ser bem sincera gosto da maneira que sou, mas por outro lado isso pode trazer algum problema para quem convive comigo, nossa felicidade encomoda e muito. sendo assim não deixe que o foco desse site se apaguei, me ajude a ajudar que não Conheça a gastroplastia, se vc quiser enviar seu depoimento envie para:aurea.bekman@gmail.com se preferir seu nome poderá ser preservado.
Tenho certeza que vcs têm muito que ajudar.

Beijos no coração de todos!!

DIGA NÃO A OBESIDADE!!

terça-feira, 4 de maio de 2010

As diferenças !!


Como é do conhecimento de todos, sou uma pessoa completamente ativista em relação a gastroplastia e luto para que seja obrigatório a cirurgia pelo SUS, não só no papel como é e sim funcionando como tem que ser.
Sou operada a 4 anos e não cheguei ao peso ideal e vcs devem estar se perguntando, como alguém pode ser ativista de uma situação se ela não é o exemplo vivo dessa mudança? Ai que entra a grande polêmica, todos somos diferentes e talvéz quem tinha o peso que eu tinha e ter o peso que tenho hoje seja pra mim uma grande vitória, isso não quer dizer que seja o ideal.
Saí até do orkut, só assim não preciso ficar batendo boca com pessoas que acham que são donos da verdade, não pq não queiram o nosso bem, mas sim não sabem lidar de maneira civilizada com o assunto.

Toda participação eficaz de um grupo depende da forma de como os membros do grupo convivem com as diferenças interpessoais.

E como funciona essa diferença? Mais do que a diferença na aparência física, consiste em saber lidar com pessoas diferentes na forma de pensar, sentir e agir.

Você já parou para pensar em como é a forma que você se relaciona com as pessoas ao seu redor? O que você espera delas? O que essas pessoas esperam de você? O que você espera de si mesmo?

Muitas vezes esperamos tanto dos outros que freqüentemente nos sentimos frustrados qd não procedem da forma que gostaríamos. Isso ocorre porque nos relacionamos com as pessoas partindo de nossas próprias referências pessoais. Então, por exemplo, se penso que tomar uma cervejinha me da uma satisfação, isso não quer dizer que vc tenha que pensar da mesma forma. Só que nem sempre isso acontece, o que me revolta e afeta minha relação com algumas pessoas é por acharem que tenho que ser como elas são. Mas, será que o outro é obrigado a atender às minhas expectativas? Quem me garante que isto ocorrerá sempre? A base para começarmos a lidar com outras pessoas de forma eficaz é nos conscientizarmos que:

AS PESSOAS SÃO DIFERENTES SIM.

Cada pessoa é um ser único no mundo, com uma história de vida própria somente por ela experimentada. Você já parou para pensar que ninguém pode sentir o que você sente, da forma como voce sente ? A sua alegria é só sua, a sua dor e tristezas são só suas. A forma como você enfrenta uma perda, por exemplo, é diferente da forma de outra pessoa. Nós somos seres singulares neste mundo, nem os gêmeos pensam e sentem de forma igual. Muitas de nossas dificuldades nas relações são justamente porque esperamos que o outro aja conforme nós agimos. Quando encontramos alguém parecido conosco, que alegria! Esse encontro nos traz satisfação e reconhecimento. É ótimo nos relacionarmos com uma pessoa que pensa de forma semelhante à nossa. Mas, quando o contrário acontece, que desastre! Entramos em conflito. Como vamos "corrigir" esta outra pessoa? Como vamos conviver com ela?

Se realmente você entende que o outro é diferente de você, esse conflito será tratado nas suas devidas proporções. Então, as atitudes dos outros não terão o peso de serem da forma como você espera. Por exemplo eu não gosto de comemorar meu aniversário com festas, mas adoro realizar festas de aniversários para meus familiares e não permito que não se comemore por mais incrivel que isso possa parecer.

Antes de compreendermos e aceitarmos a diferença do outro, devemos compreender e aceitar a nossa própria diferença. Devemos também não nos culpar por não sermos como o outro quer que sejamos. Devemos reconhecer que podemos errar, que somos limitados e que não atenderemos sempre ás expectativas dos outros. Assim, começamos a perceber que não é difícil conviver com o diferente, mas e difícil pararmos de agir com o outro como se esse outro fosse nossa extensão ou como se fosse nós mesmos.

Por isso a GASTROPLASTIA tem um resultado diferente para cada um de nós, o importante é vc aceitar que mesmo com as diferenças felicidade existe, mesmo que não tenhamos alcançado a meta!!

Depois de tantas dificuldades com a obesidade ainda temos que ficar preocupados com o que o outro pensa da gente em relação a gastroplastia?

Aceite as diferenças e viva em harmonia!!


DIGA NÃO A OBESIDADE!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem é indicado a cirurgia?

Primeiro, é fundamental saber para quem o procedimento será realmente benéfico. A indicação é clara: pessoas com obesidade mórbida (IMC acima de 40 kg/m2) ou com IMC entre 35 e 40 e doenças associadas à obesidade. Os candidatos à paciente também devem ser obesos há, no mínimo, cinco anos e terem passado por outros tratamentos clínicos sem sucesso, resume o gastroenterologista Thomas Szegö, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

O médico nutrólogo Fernando Chueire, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), reforça, porém, que nem todos os obesos que se encaixam nesse perfil estão aptos a realizá-la. A idade também pesa na hora da decisão. De 18 a 50 anos é a faixa ideal para se submeter à redução do estômago. Entretanto, pacientes entre 16 e 18 anos podem ser operados em situações especiais, quando a obesidade ou as alterações orgânicas associadas a ela estiverem ameaçando a saúde do adolescente — e após acordo do médico com a família. Acima de 50 anos, cada caso deve ser avaliado individualmente e encarado como uma exceção. Nesta idade, há condições clínicas que podem tornar a cirurgia mais arriscada do que a própria obesidade do paciente.

Vontade x Necessidade
O processo de escolha é altamente rigoroso e inclui desde avaliação psicológica(normalmente os especialistas recomendam duas sessões semanais de psicoterapia dois meses antes da operação) até a redução de peso. Isso mesmo: redução antes da redução.
Seria o certo, mas nem sempre é assim.

Os candidatos devem passar por uma preparação que inclui a eliminação de 10% do peso máximo que o paciente já apresentou em toda a sua vida. Este emagrecimento antes da cirurgia tem o objetivo de facilitar tecnicamente o procedimento cirúrgico e evitar as possíveis complicações durante e após a operação.

Segundo o Departamento de Cirurgia Bariátrica da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO), um dos recursos para essa redução urgente de peso é a técnica do balão intragástrico. Feito de silicone, ele é colocado vazio por meio de endoscopia no interior do estômago e então é preenchido com uma solução líquida (soro fisiológico + corante azul).

O recurso é temporário, pode permanecer no organismo por no máximo seis meses, e tem a função de, neste tempo, causar a sensação de saciedade e diminuir o volume de comida ingerida. O balão consegue uma perda de 10 kg a 15 kg.

Outro passo importante antes, para reduzir permanentemente o estômago, é a realização de uma série de exames, entre eles os laboratoriais (glicemia, colesterol, triglicéride, pressão arterial, dosagem de vitaminas), a ultrassonografia abdominal e pélvica e a endoscopia digestiva.

Informações precisas sobre o estado de saúde do paciente são fundamentais para que a operação seja um grande sucesso. Só depois dos resultados e da correção de qualquer anormalidade que possam atrapalhar o procedimento cirúrgico (ou seja, altos níveis de açúcar, triglicéride e colesterol no sangue ou a presença de anemia, diabetes, insuficiência renal e pedras na vesícula), é finalmente tomada a decisão.


A OPERAÇÃO NÃO É UMA VARINHA DE CONDÃO, NÃO FAZ MILAGRE. MUITO DO RESULTADO DEPENDE DE VOCÊ. TEM QUE FAZER ACOMPANHAMENTO MÉDICO, NUTRICIONAL, PSICOLÓGICO, TER MUITA CORAGEM E DISCIPLINA.

Gravidez pós cirurgia bariátrica.

Mulheres submetidas à cirurgia bariátrica:

O aumento da fertilidade pós-operatória, a suplementação nutricional, segurança da gravidez após cirurgia bariátrica e efeito da gravidez sobre a perda de peso pós-operatória. As mulheres em idade reprodutiva correspondem a quase 50% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. As cirurgias disabsortivas, restritivas ou tipo diversão pancreática podem levar a deficiências de ferro, cálcio, tiamina e a má absorção de gorduras, vitaminas lipossolúveis e vitamina B12.

Devido a essas deficiências, em teoria, tanto a mãe como o feto estão sujeitos a doenças como parto prematuro, baixo peso do feto ao nascer, osteomalacia materna, retardo mental do feto e defeitos do tubo neural. As mães submetidas a cirurgia de Capella podem apresentar obstrução intestinal devido à compressão intestinal causada pelo útero em crescimento. Foram descritos na literatura nove casos de morte por obstrução intestinal por esta causa. Sheiner et al. estudaram 298 partos em pacientes anteriormente submetidas à cirurgia bariátrica em Israel, não sendo descritas má formação ou qualquer outra anormalidade nessas crianças ao nascimento. Outros estudiosos recomendam que a gravidez ocorra pelo menos um ano após a cirurgia, pois esse é o período de maior perda de peso e, portanto, a gravidez pode ser prejudicial à mãe e ao feto.

Em conclusão, sugerem-se as seguintes recomendações a mulheres em idade reprodutiva submetidas à cirurgia bariátrica:

a) promover algum método contraceptivo nos primeiros 12 a 18 meses após a cirurgia;

b) acompanhamento nutricional e suplementação vitamínica no pós-operatório;

c) suplementação vitamínica diária durante a gravidez, além da suplementação de ferro, cálcio e proteínas (60 g diárias);

d) ficar atento ao risco de obstrução intestinal na mãe durante a gestação, sendo que a tomografia pode ser útil no diagnóstico;

e) acompanhar rigorosamente as alterações do peso da paciente tanto durante a gravidez como no pós-parto;

f) esclarecer os obstetras sobre o alto risco da gravidez nessas pacientes submetidas à cirurgia bariátrica.

CONSULTE SEU CIRURGIÃO E TENHA MAIS INFORMAÇÕES!!

Emagrecimento


"Eu venci!"
Depois de anos convivendo com a obesidade, Soraia Duduss Alarcon, 31 anos, colocou um ponto final no vaivém da balança. Eliminou 52 kg através da cirurgia de redução de estômago e passou a escrever uma nova história: a de sucesso!

por Shirley Santos fotos: Caio Mello

A "Saquinho de ossos". Era assim que Soraia costumava ouvir sua mãe chamá-la. A preocupação com a então menina que tinha dificuldade de engordar (isso mesmo, engordar!), era tanta, que desde cedo começou a tomar vitaminas do complexo B e outros fortificantes para "abrir" o apetite. "Em casa, as refeições eram sempre saudáveis, mas depois eu me rendia às caixas de bombons", relembra. Até então, nem os doces eram capazes de "ameaçar" sua boa forma. Mas aos 15 anos... "Com a revolução dos hormônios na adolescência, todo o esforço para adquirir peso veio à tona e engordei 19 kg em quatro meses", relembra.

O susto foi grande. A solução encontrada? "Comecei a caminhar três horas, diariamente, no parque da cidade. Além disso, incorporei ao meu cardápio o suco de laranja. No entanto, não era simplesmente para acompanhar as refeições. Era o dia inteiro! A bebida substituía o meu café da manhã, o almoço, o lanche e o jantar. Não tinha a mínima noção do risco que tal conduta representava à minha saúde", confessa.

A partir desse momento, ela passou a conhecer os percalços de uma dieta descontrolada, na qual todas as tentativas para afinar acabavam sempre em frustração. E quem não conhece o martírio do efeito sanfona? Pois Soraia o vivenciou. "Por vários anos vi o ponteiro da balança alternar, sem conseguir me desvencilhar da comilança. Tentava, inutilmente, emagrecer com regimes que só surtiam efeito por algum tempo. Um desastre!"

A situação tornou-se ainda mais delicada quando, anos mais tarde, ela teve que deixar a casa dos pais para cursar a faculdade de Direito. "Morando sozinha foi ainda mais complicado conter a compulsão alimentar. A necessidade de ser prática, em razão da falta de tempo para preparar as refeições, fez com que eu extrapolasse e colocasse todas as guloseimas existentes na geladeira", conta.


" É preciso ter coragem para reescrever a sua história. Foi assim que eu consegui vencer a obesidade"

Lá vai o ponteiro... Saborear, sem limites, todas as doces delícias teve um preço amargo. "Estava insatisfeita com a minha imagem. Meu jeans 'insistia' em não servir e, vez ou outra, ainda tinha que ouvir a famosa frase 'você precisa perder uns quilos hein?!'. Sentia-me desanimada. Era um verdadeiro drama!", revela.

O sobrepeso, no entanto, não impediu o curso natural da sua vida. Concluiu a faculdade e, aos 23 anos, se casou. Na ocasião, ela pesou exatos 88 kg. "Além destes, mais 31 se somaram. Cheguei aos 119 kg na primeira gravidez. Um absurdo! Na fase da gestação engordava até 'com ar'. Um desespero para mim e os médicos que me assistiam." O saldo final? "Felizmente, tudo correu bem e consegui emagrecer 23 kg após esta gestação", conta.

Soraia só não contava que após o nascimento da primeira filha, os estratosféricos 119kg voltassem, fruto de uma segunda gravidez. "Na época, minha pequena tinha apenas 1 ano e meio. A consciência para não engordar nesta gestação era grande, mas o meu apetite foi bem maior. No auge da gula, cheguei a devorar um lanche de baguete, três brigadeirões e litros de refrigerante!", exclama.

O estímulo que faltava O desejo de colocar um ponto final nos três dígitos e na história do "engorda-emagrece- engorda", foi impulsionado com um exemplo bem próximo. "Em 2006 minha irmã que pesava 135 quilos submeteu-se à gastroplastia. Um procedimento que eu, a princípio, criticava. Como a acompanhei no processo de recuperação, percebi que o 'sacrifício' dessa cirurgia consistia em controlar as porções ingeridas, sem exageros. O fato é que ela ficou fantástica. Linda de viver e, o que é melhor, comia muito bem. Vêla, alimentando-se como uma pessoa magra, me fez pensar...'é isso que eu quero'".

Soraia resolveu, então, procurar o médico da irmã. "Nesta primeira consulta compreendi que a dificuldade em emagrecer não estava ligada à minha falta de determinação. Soube que o organismo de uma pessoa obesa tem uma dificuldade natural para reduzir peso. Enfim, não era somente 'culpa minha'".

Decidida e munida do apoio da família, se submeteu à cirurgia. "Encarei todo o processo com bom humor. Até mesmo quando, semanas após a intervenção, tive que me conter perante a maravilhosa ceia de Natal e me contentar com uma singela garrafinha de gatorade", brinca.

Descuidar, nem pensar! Quando o assunto é bem-estar, Soraia fala sério. "Em julho deste ano, a cirurgia completa um ano e meio. Confesso que me sinto cada vez mais consciente dos cuidados que preciso ter com a manutenção do peso e, sobretudo, com a minha saúde. A cada três meses realizo exames preventivos, os quais, aliás, estão excelentes. Sou muito regrada com a alimentação. Reaprendi a me alimentar e não excedo em quantidade, gorduras e açúcares. Aliei ao meu dia-a-dia os exercícios físicos, que só me trazem benefícios", ensina.

A autoconfiança que adquiriu após a gastro é tanta, que às vezes fica até difícil "se segurar". "Tenho um orgulho imenso em mostrar, para quem quiser ver, as duas fotos que guardo na bolsa do 'antes' e 'depois' do emagrecimento", diz sorridente e conclui: "Minha vida ganhou novo fôlego! Sou uma pessoa mais feliz e completa".